Jesus Cristo Abençoai Lagoa da Prata

Banner da Planta Oficial do Município de Lagoa da Prata 2018 Extensão 438 Km2

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Lagoa da Prata em Foco


Sua população estimada em 2004 era de 42.833 habitantes. Assim como a população mineira em geral, a população lagopratense é formada por uma grande diversidade de povos, que inclui índios, bandeirantes, portugueses, africanos, italianos, alemães, libaneses, espanhóis. A maior parte da população é composta por descendentes de portugueses que migraram para Minas Gerais no século XVIII, provenientes, em sua grande maioria, da região do Minho, no norte de Portugal, e outras regiões como Beira Alta, Alto Trás-os-Montes e do Arquipélago dos Açores. Descendentes de africanos formam importante parte da população, sendo que a maioria encontra-se hoje miscigenada com povos de outras etnias, principalmente lusitanos e povos indígenas autóctones. É notável também a presença de descendentes de povos europeus que migraram mais recentemente para o estado, majoritariamente italianos e em menor escala, alemães, espanhóis, russos e franceses. Descendentes de povos asiáticos também estão presentes, principalmente libaneses, japoneses. O desenvolvimento de Lagoa da Prata, conforme IBGE, está sustentado no crescimento demográfico pois ao tornar-se sede do município, em 1938, a cidade só contava com 2.417 habitantes. Em 1950 o número cresceu para 3.148, em 1960 chegou a 6.852 e em 1970 a 12.514. Logo passou a contar com 19.974 em 1980 e 28.116, em 1990. O recenseamento de 1997 apontou a existência de 33.807 almas no município quando se mostrou nem 2% dessa população estar residindo na zona rural e sim quase totalmente compactada na cidade. Tais números são relevantes ao conceito “progresso”, o que é assaz representativo ao município. E, considerando o seu último índice de crescimento: 2,33% a/a, hoje tem 45.000 habitantes, aproximadamente, o que representa ver-se já, Lagoa da Prata, incluída no rol das primeiras cidades e no 67o lugar dentre os mais populosos e importantes municípios mineiros, apesar de contar com uma área tão pequena: 438 km2.





Segundo publicações e dados coletados, a ideia de fundação da usina açucareira partiu de José Mendes Macedo, que foi o primeiro prefeito do município de Lagoa da Prata, emancipado no dia 27 de dezembro de 1938.
Testemunho: “Corria o ano de 1945 quando eu mantinha negócios na capital federal. Desde que me mudei de Lagoa da Prata, em 1940 – quando deixei de ser prefeito – e já residia em Belo Horizonte, de vez em quando ia lá para tratar de assuntos da empresa de que participava no Rio. Certo dia, via-me numa lanchonete carioca, na Barra da Tijuca, quando me encontrei com dois amigos bem conhecidos - de certa influência no Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). Nesse contato, conscientizei-me da disponibilidade de cotas viáveis à instalação de usinas açucareiras bem como de destilarias de álcool, no país. Era um incentivo raro e interessante. *** Lutei pela causa, no IAA. Na ocasião, fui informado já terem sido destinados ao município mineiro de Dores do Indaiá 50.000 cotas destinadas a recursos nessa destinação. Comentei as qualidades de terras existentes aqui e falei do engenho existente na Olaria que já produzia aguardente deste 1920. Eram só terras boas. Das melhores da região. Falei que minha sogra era proprietária de muitos mil hectares de terras férteis aproveitáveis àquele fim. E que eu também que era dono da fazenda dos Coqueiros – herdada do meu sogro - que era continuação dessas mesmas faixas produtivas. Ficaram de estudar o caso e ordenaram a vinda de uma comissão do IAA a estudá-lo. Surpreendendo-me, tudo veio rápido e a conversa acabou gerando frutos muito importantes. Pois, vieram logo. *** Aqui chegando, visitaram as fazendas indicadas, principalmente a Capoeira da Cana (onde hoje existe a usina). O assunto teve seguimento. Resultado: até aquelas cotas destinadas ao endereço inicial muram-se de rumo - vieram para Lagoa da Prata que obteve também igual número perfazendo 100.000, como início da participação na ideia. Confirmada a criação da usina com esse recurso inicial, procurei pessoas talvez interessadas e fui logo ao maior líder industrial conhecido na região: Jovelino Rabelo (e este trouxe um seu genro engenheiro para a orientação de tudo no começo desse mister: o Dr. Francisco Botelho Martins Vieira). Junto dele, fomos em busca de alguém ligado à questão e fomos convidando quem pudesse participar. *** Primeiro, trouxemos um dos maiores usineiros do nordeste – o pernambucano Fileno de Miranda – que veio e trouxe o Dr. Edgar Piereck (seu genro – que acabou tornando-se no seu porta voz) que era uma das maiores autoridades em usinas de açúcar e álcool; Trouxemos o Deputado Dr. Djalma Pinheiro Chagas, porque precisávamos de apoio político também (e ele além de aderir ao movimento, pôde indicar um seu sobrinho para prefeito – Dr. Geraldo Pinheiro Chagas, o qual dirigiu este município num curto período: de 26/11/45 a 11/02/46); então, recursando, valemo-nos de empresários e banqueiros belorizontinos onde encontramos José Caetano Drumond, Lauro Mourão Guimarães, Pacífico Pinto da Fonseca, Joaquim Afonso Rodrigues, Raul Guimarães, Domingos Ribeiro de Oliveira e Silva, Pedro Teixeira de Menezes Júnior e Érico de Paula além dos fortes participantes locais: a minha sogra Maria Bernardes Lobato a Dª Naná – (que era dona das melhores terras destinadas àquele fim), Carlos Bernardes Lobato e José Teotônio de Castro (o Zé Vital), os quais se tornaram nos primeiros membros de diretoria e do conselho fiscal. *** Houve uma sucessão de acontecimentos e muitas reuniões principalmente no Clube Recreativo. E, finalmente, coroando o trabalho dos primeiros passos dados – no seguimento da idéia surgida no primeiro semestre do ano anterior - foi constituída a Companhia Industrial e Agrícola Oeste de Minas para a exploração de suas atividades cujo objetivo era a instalação de uma usina açucareira com um anexo destinado à destilaria de álcool. Formalizou-se a sua constituição e logo foi registrada a em empresa na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais onde recebeu o número 29770, de 8 de agosto de 1946, dizendo-se criada no dia 3 desse mês e ano. O fato se deu nos primeiros dias do 2º semestre do ano de 1946. ** Criada e instalada, veio a produzir após ser autorizada pelo IAA e assim funcionou durante longo tempo ostentando o nome fantasia de “Usina São Francisco. 

Para consolidar o objetivo e chegar-se a tanto, uma firma francesa, sediada em Paris – a Fives Lilly, encarregou-se do fornecimento e da montagem do primeiro engenho destinado ao fabrico de açúcar (a usina propriamente dita). cujo trabalho ficou por conta de um técnico, vindo de lá, de nome Mr. León Cousar, enquanto o setor de instalação e produção de álcool (a destilaria) era dirigido por um encarregado da CODIQ – uma empresa paulistana, dirigida pelo seu encarrego conhecido pela alcunha de “Japão”, visto parecer-se japonês (não tendo me inteirado do seu nome). Veio também, para dar início à produção, um prático experiente na produção de açúcar encontrado numa das usinas já existentes: o sêo Borges que era até chamado de Doutor. Desse jeito, foi-se indo até acontecer a primeira safra em outubro de 1948. Logo após iniciada a produção, a CIAOM foi transferida aos domínios do grupo financeiro do Dr. Antônio Luciano Pereira Filho, ora sob a direção do seu pai: Cel. Antônio Luciano Pereira, que dela se tornou Diretor Presidente. Isto aconteceu em 26 de fevereiro de 1949 (conforme ata registrada na JUCEMG – nº 30.075 – em 19 de março de 1949”  

Pesquisa realizada pelo historiador Silvério Rocha

Benemérito Dr Antônio Luciano Pereira Filho