Sua população estimada em 2004 era de 42.833 habitantes.
Assim como a população mineira em geral, a população lagopratense
é formada por uma grande diversidade de povos, que inclui índios, bandeirantes,
portugueses, africanos, italianos, alemães, libaneses, espanhóis. A maior parte
da população é composta por descendentes de portugueses que migraram
para Minas Gerais no século XVIII, provenientes, em sua grande maioria,
da região do Minho, no norte de Portugal, e outras regiões como Beira Alta,
Alto Trás-os-Montes e do Arquipélago dos Açores. Descendentes de africanos
formam importante parte da população, sendo que a maioria
encontra-se hoje miscigenada com povos de outras etnias,
principalmente lusitanos e povos indígenas autóctones.
É notável também a presença de descendentes de povos
europeus que migraram mais
recentemente para o estado,
majoritariamente italianos e
em menor escala, alemães,
espanhóis, russos e franceses.
Descendentes de povos asiáticos
também estão presentes,
principalmente libaneses, japoneses.
O desenvolvimento de
Lagoa da Prata, conforme IBGE,
está sustentado no crescimento
demográfico pois ao tornar-se
sede do município, em 1938,
a cidade só contava com
2.417 habitantes.
Em 1950 o número cresceu
para 3.148, em 1960 chegou
a 6.852 e em 1970 a 12.514.
Logo passou a contar com
19.974 em 1980
e 28.116, em 1990.
O recenseamento de 1997
apontou a existência de
33.807 almas no município
quando se mostrou nem 2%
dessa população estar residindo
na zona rural e sim quase
totalmente compactada na cidade.
Tais números são relevantes
ao conceito “progresso”,
o que é assaz representativo
ao município. E, considerando o
seu último índice de crescimento:
2,33% a/a, hoje tem 45.000
habitantes, aproximadamente,
o que representa ver-se já,
Lagoa da Prata, incluída no rol
das primeiras cidades e no
67o lugar dentre os mais
populosos e importantes
municípios mineiros,
apesar de contar com uma
área tão pequena: 438 km2.
Segundo publicações e
dados coletados, a ideia de fundação da usina açucareira partiu de José
Mendes Macedo, que foi o primeiro prefeito do município de Lagoa da Prata, emancipado no dia 27 de
dezembro de 1938.
Testemunho:
“Corria o ano de 1945 quando eu mantinha negócios na capital federal. Desde que me mudei de Lagoa da
Prata, em 1940 – quando deixei de ser prefeito – e já residia em Belo Horizonte, de vez em quando ia lá
para tratar de assuntos da empresa de que participava no Rio.
Certo dia, via-me numa lanchonete carioca, na Barra da Tijuca, quando me encontrei com dois amigos bem
conhecidos - de certa influência no Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA). Nesse contato, conscientizei-me da
disponibilidade de cotas viáveis à instalação de usinas açucareiras bem como de destilarias de álcool, no
país. Era um incentivo raro e interessante.
*** Lutei pela causa, no IAA. Na ocasião, fui informado já terem sido destinados ao município mineiro de
Dores do Indaiá 50.000 cotas destinadas a recursos nessa destinação. Comentei as qualidades de terras
existentes aqui e falei do engenho existente na Olaria que já produzia aguardente deste 1920.
Eram só terras boas. Das melhores da região. Falei que minha sogra era proprietária de muitos mil hectares
de terras férteis aproveitáveis àquele fim. E que eu também que era dono da fazenda dos Coqueiros –
herdada do meu sogro - que era continuação dessas mesmas faixas produtivas. Ficaram de estudar o caso
e ordenaram a vinda de uma comissão do IAA a estudá-lo. Surpreendendo-me, tudo veio rápido e a
conversa acabou gerando frutos muito importantes. Pois, vieram logo.
*** Aqui chegando, visitaram as fazendas indicadas, principalmente a Capoeira da Cana (onde hoje existe a
usina). O assunto teve seguimento. Resultado: até aquelas cotas destinadas ao endereço inicial muram-se
de rumo - vieram para Lagoa da Prata que obteve também igual número perfazendo 100.000, como início da
participação na ideia.
Confirmada a criação da usina com esse recurso inicial, procurei pessoas talvez interessadas e fui logo ao
maior líder industrial conhecido na região: Jovelino Rabelo (e este trouxe um seu genro engenheiro para a
orientação de tudo no começo desse mister: o Dr. Francisco Botelho Martins Vieira). Junto dele, fomos em
busca de alguém ligado à questão e fomos convidando quem pudesse participar. *** Primeiro, trouxemos um
dos maiores usineiros do nordeste – o pernambucano Fileno de Miranda – que veio e trouxe o Dr. Edgar
Piereck (seu genro – que acabou tornando-se no seu porta voz) que era uma das maiores autoridades em
usinas de açúcar e álcool;
Trouxemos o Deputado Dr. Djalma Pinheiro Chagas, porque precisávamos de apoio político também (e ele
além de aderir ao movimento, pôde indicar um seu sobrinho para prefeito – Dr. Geraldo Pinheiro Chagas, o
qual dirigiu este município num curto período: de 26/11/45 a 11/02/46); então, recursando, valemo-nos de
empresários e banqueiros belorizontinos onde encontramos José Caetano Drumond, Lauro Mourão
Guimarães, Pacífico Pinto da Fonseca, Joaquim Afonso Rodrigues, Raul Guimarães, Domingos Ribeiro de
Oliveira e Silva, Pedro Teixeira de Menezes Júnior e Érico de Paula além dos fortes participantes locais: a
minha sogra Maria Bernardes Lobato a Dª Naná – (que era dona das melhores terras destinadas àquele
fim), Carlos Bernardes Lobato e José Teotônio de Castro (o Zé Vital), os quais se tornaram nos primeiros
membros de diretoria e do conselho fiscal.
*** Houve uma sucessão de acontecimentos e muitas reuniões principalmente no Clube Recreativo. E,
finalmente, coroando o trabalho dos primeiros passos dados – no seguimento da idéia surgida no primeiro
semestre do ano anterior - foi constituída a Companhia Industrial e Agrícola Oeste de Minas para a
exploração de suas atividades cujo objetivo era a instalação de uma usina açucareira com um anexo
destinado à destilaria de álcool.
Formalizou-se a sua constituição e logo foi registrada a em empresa na Junta Comercial do Estado de Minas
Gerais onde recebeu o número 29770, de 8 de agosto de 1946, dizendo-se criada no dia 3 desse mês e
ano. O fato se deu nos primeiros dias do 2º semestre do ano de 1946.
** Criada e instalada, veio a produzir após ser autorizada pelo IAA e assim funcionou durante longo tempo
ostentando o nome fantasia de “Usina São Francisco.
Para consolidar o objetivo e chegar-se a tanto, uma
firma francesa, sediada em Paris – a Fives Lilly, encarregou-se do fornecimento e da montagem do primeiro
engenho destinado ao fabrico de açúcar (a usina propriamente dita). cujo trabalho ficou por conta de um
técnico, vindo de lá, de nome Mr. León Cousar, enquanto o setor de instalação e produção de álcool (a
destilaria) era dirigido por um encarregado da CODIQ – uma empresa paulistana, dirigida pelo seu
encarrego conhecido pela alcunha de “Japão”, visto parecer-se japonês (não tendo me inteirado do seu
nome).
Veio também, para dar início à produção, um prático experiente na produção de açúcar encontrado numa
das usinas já existentes: o sêo Borges que era até chamado de Doutor.
Desse jeito, foi-se indo até acontecer a primeira safra em outubro de 1948. Logo após iniciada a produção, a
CIAOM foi transferida aos domínios do grupo financeiro do Dr. Antônio Luciano Pereira Filho, ora sob a
direção do seu pai: Cel. Antônio Luciano Pereira, que dela se tornou Diretor Presidente. Isto aconteceu em
26 de fevereiro de 1949 (conforme ata registrada na JUCEMG – nº 30.075 – em 19 de março de 1949”
Pesquisa realizada pelo historiador Silvério Rocha
Benemérito Dr Antônio Luciano Pereira Filho