O Município Mineiro de Lagoa da Prata, ainda comemora o feito de 21 anos atrás, quando se inseriu no Livro dos Recordes, o Guinness Book, em 1997 após ter realizado o maior plantio comunitário de mudas florestais de árvores nativas no espaço de tempo de uma semana. Lagoa da Prata orgulha-se de figurar no livro dos recordes como o município recordista mundial em plantio de árvores. O recorde refere-se a 116.175 mudas plantadas. Treze anos de Experiência no Município de Lagoa da Prata. Agora vamos debater formas de Recuperação de Matas Ciliares e da qualidade das águas do Velho Chico.
O Instituto Estadual de Florestas (IEF) fará a avaliação das espécies plantadas para promover reflorestamento em larga escala em novas áreas às margens do Velho Chico. A meta é alcançar um novo recorde, muito acima do já conquistado, com o plantio de dois milhões de mudas de espécies nativas. O chefe da Coordenadoria de Ecossistemas Florestais do IEF, Danilo Rocha, informou que os próximos municípios a serem beneficiados com projetos de reflorestamentos serão Janaúba e Jaíba, no Norte de Minas. Esses municípios integram os da área da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). "A avaliação do plantio de mudas em larga escala realizado em 1997 servirá de referência para verificar as espécies que mais se adaptaram ao solo arenoso, idêntico ao encontrado em Janaúba e Jaíba", disse Rocha.
Em novembro de 1997, cerca de 3,2 mil voluntários, entre lavradores, estudantes, ambientalistas e técnicos em agricultura se mobilizaram para promover o plantio das mudas em Lagoa da Prata. Entre os objetivos centrais dessa mobilização destacou-se a inscrição de Lagoa da Prata no Guinness Book (livro dos recordes) como o município que, até então, mais investiu em reflorestamento no Mundo. Foram gastos na empreitada R$ 1,2 milhão, recursos obtidos junto ao Banco Mundial. Além de figurar no livro dos recordes, desbancando o município paulista de Paulínea, a meta mais importante do plantio recorde foi resgatar 200 dos cinco mil hectares de mata ciliar devastados, a maioria por plantações de canaviais. "As árvores vingaram. Partiremos agora para a avaliação de cada espécie. Vamos verificar as que mais resistiram, que responderam ao plantio", afirma Rocha. Segundo ele, o IEF e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) atuarão conjuntamente na recuperação da micro bacia do São Francisco na região de Janaúba e Jaíba. Para tanto, afirma ele, já foram assegurados junto à Codevasf, recursos da ordem de R$ 5 milhões, oriundos do programa de revitalização do Velho Chico.
"Inicialmente, partiremos para a recuperação de dois mil hectares de áreas áridas e degradadas, com o plantio de espécies vegetais nativas", acrescentando que o montante será ainda utilizado na recuperação e conservação de nascentes. "Estamos definindo quais das 30 espécies de árvores que ocorrem na região serão mais adequadas para a recuperação das áreas degradadas".
Hidrografia do Município de Lagoa da Prata
https://sites.google.com/site/minasbrasilminasgerais/hidrografia-municipio-lagoa-da-prata
As transformações paisagísticas e urbanísticas em Lagoa da Prata acontecem, felizmente, com bastante ponderação. Somos uma cidade que possui um Plano Diretor, com normas e diretrizes para que o município cresça ordenadamente. Além disso, sempre houve pessoas na defesa da nossa geografia e do nosso meio ambiente – gratificante vê-las ávidas por preservar as riquezas que possuímos. Carlos Brasil Guadalupe, o Lalinho, é um desses defensores que tem uma longa e estreita ligação com o planejamento urbanístico de Lagoa da Prata. Arquiteto e urbanista há quase quarenta anos, ele é membro atuante dos conselhos municipais de Meio Ambiente (Codema) e da Cidade (Concidade).
Pode-se dizer que o gosto por urbanismo está no sangue, pois Lalinho é neto do agrimensor Luiz Augusto Guadalupe, responsável pelo traçado das ruas da nossa cidade. O arquiteto diz que o costume de ‘brigar’ para evitar distorções no planejamento urbanístico já vem daquela época. “Quando meu avô veio para cá, já tinha a praça da Matriz, e ele ficava vigiando para ninguém fazer nada fora do traçado das ruas”, conta. Em 2004, quando criaram o Plano Diretor da cidade, Lalinho foi peça fundamental para estruturar as normas. Ele mobilizava os habitantes da cidade, principalmente engenheiros e arquitetos, para reuniões e discussões, e é reconhecido como a pessoa que mais se empenhou nos trabalhos. E o empenho continua. Até hoje Lalinho acompanha tudo nesta área para que as normas sejam cumpridas, e para que as adaptações necessárias sejam feitas. Há quem pense que ele é político, ou que tem algum salário para trabalhar assim. Mas é a paixão pela cidade que o move nesta luta.
O Plano Diretor é uma grande conquista e de um enorme valor para Lagoa. Foi Desenvolvido durante o mandato do prefeito Zezinho (José Octaviano Zezinho Ribeiro), e implantado em seguida no mandato do Divininho (Antônio Divino de Miranda). Naquela época do Zezinho surgiu o Ministério das Cidades recomendando que todos os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborassem seus planos, pois, praticamente, somente as metrópoles possuíam essas diretrizes. Mesmo com a orientação, ainda é grande o número de cidades que não as possuem. “Há pouco tempo mudou-se para cá um engenheiro e ele conta para os amigos dele, em Belo Horizonte, que está morando numa cidadezinha de 50 mil habitantes que tem Plano Diretor, coleta seletiva, aterro sanitário e tratamento de esgoto. E então os amigos dele ficam doidos para conhecer Lagoa da Prata”, conta Lalinho. A situação demonstra na prática o benefício de se planejar o crescimento da cidade. “O Plano Diretor pode ser considerado um marco para o urbanismo da nossa cidade, principalmente porque definimos como deveriam ser os loteamentos. Antes podia lotear com a simples abertura de ruas, água, luz e rede de esgotos. Mas nós passamos a exigir meio fio, ramais, pavimentação, praça e área verde”, diz Lalinho, e acrescenta: “Quem trabalha na prefeitura e vai fiscalizar, agora tem um manual. Facilitou! Não é nada da cabeça do fiscal para dizer o que é certo ou errado, está tudo escrito neste manual, que é o Plano Diretor”
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